
Reinaldo Coelho
O Ministério Público do Amapá (MP-AP)
denunciou nesta quarta-feira (8) o advogado Cícero Bordalo Júnior por propagação
de 'fake news' contra o desembargador Manoel Brito, afastado por 2 anos pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em um processo administrativo que avaliava
a atuação do magistrado que favoreceu políticos.
Bordalo Jr postou em redes sociais, no dia 1
de julho, um vídeo em que fala sobre o afastamento do desembargador. De acordo
com a denúncia, Bordalo mentiu ao declarar a decisão foi motivada por venda de
sentença e por relações ilegais intermediadas por advogados.
A editoria conversou com o advogado Cicero
Bordalo, que afirmou que não cometeu o crime de disseminar notícias falsas
contra o desembargador Manoel Brito e que se disse admirado com a rapidez com
que a denúncia foi realizada.
Essa denúncia foi assinada pelo promotor de
Justiça Criminal Felipe Menezes, a decisão do CNJ apura uma falta
administrativa devido Brito ter proferido uma decisão após o encerramento do
turno dele de plantonista. O afastamento também aconteceu por um segundo ato,
que não poderia ter sido decidido sobre o recurso porque o processo foi
originado com outro magistrado.
O documento apresentado à Justiça na
quarta-feira (8) descreve que o advogado cometeu os crimes de calúnia e
injúria, com agravamento de ter sido crime praticado contra um funcionário
público no exercício da função, com idade maior de 60 anos, portador de doença
grave e praticado por meio da internet.
Com referência a denúncia do MP/Justiça
Crimina, realizada pelo Promotor de Justiça Felipe Menezes o causídico afirma
que tem provas do que afirmou.
“Na verdade não existe fakes new, o desembargador sabe que está sendo processado por corrupção passiva, que é um crime praticado por servidor público contra a administração. A denúncia realizada pelo Ministério Público Federal, em Brasília, foi recebida e despachada pela Ministra Nancy Andrighi e ex-corregedora nacional do Conselho Nacional de Justiça, no dia 23 de junho de 2020. Esse processo é do conhecimento do desembargador, pois ele anexou uma petição no processo no dia 18 de junho, se habilitando junto com seus advogados, antes da ministra determinar que apresentasse sua defesa.”.
O advogado Cicero Bordalo
Júnior, afirma que existe outros procedimento e diversos processos contra o
magistrado de favorecimento em decisões, envolvendo uma series de processos no
CNJ e no STJ. E que o MPF em 12 de junho apresentou denuncia ao Superior
Tribunal de Justiça (STJ) o desembargador do Tribunal de Justiça do Amapá
(TJAP) Manoel de Jesus Ferreira Brito, os servidores públicos Edson Nascimento
da Fonseca e Eliston José Pimentel Monteiro, e o empresário Clécio Ferreira de
Queiroz. O magistrado e os servidores são acusados da prática de crimes de
corrupção passiva e ocultação de valores. Já o empresário deve responder por
corrupção ativa.
“Então não existe FAKE NEW contra o
desembargador! É uma fartura de provas. Isso é verdade, que mais tarde será
esclarecida, apesar de ele estar tentando dizer que está acontecendo um erro. O
que não deve ser, pois ele foi afastado”.
Na petição, a
subprocuradora-geral da República destaca, ainda, que Manoel Brito é alvo de
processo administrativo disciplinar no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por
supostamente ter favorecido determinadas partes em outros processos judiciais.
Nesse caso, o feito já conta com oito votos de conselheiros pela
disponibilidade do desembargador. No dia 30 de junho o CNJ decidiu impor a pena
de disponibilidade ao desembargador Manoel Brito e ele fica afastado por 2 anos
e continuando recebendo salário.
A decisão decorreu de julgamento no PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Número 0002542-59.2016.2.00.0000, que apurou INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA, resultando na condenação à pena de DISPONIBILIDADE POR 2 ANOS. Não possuindo nenhuma ligação com fatos criminosos, ou associação para prática de crimes. Sobre o suposto envolvimento do Advogado Alessandro Brito, a própria relatora, no voto condutor, afastou a existência de participação:
A decisão decorreu de julgamento no PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR Número 0002542-59.2016.2.00.0000, que apurou INFRAÇÃO ADMINISTRATIVA, resultando na condenação à pena de DISPONIBILIDADE POR 2 ANOS. Não possuindo nenhuma ligação com fatos criminosos, ou associação para prática de crimes. Sobre o suposto envolvimento do Advogado Alessandro Brito, a própria relatora, no voto condutor, afastou a existência de participação:
O advogado Cicero Júnior, que isso demonstra
a veracidade e ressalta que achou muito estranho a escolha do Juizado Criminal
do Amapá para dar entrada a denúncia ao invés de ser encaminhado para uma das
Varas Criminais da Comarca de Macapá. “Porque escolheram o Juizado Criminal e
achei de uma celeridade incrível o promotor de Justiça num prazo de 24 horas ter
apresentado a denúncia, eu nunca tinha vista essa celeridade processual durante
os quase 32 anos de atividade”.
Cicero Júnior continua afirmando que procurou
descobrir sobre essa eficiência e ficou pasmo ao saber que o Promotor Felipe
Menezes, que assina a denúncia em 8 de julho, contra si, mora do mesmo edifício
onde moram os Britos.
“O promotor de Justiça denunciante é vizinho
residencial do desembargador Manoel Brito e do advogado Alexandro Brito (pai e
filho), no edifício localizado na Almirante Barrosos 1055. Ou seja, após ter
feito a denúncia, ele se deu como incompetente. Ué! Se o promotor é
incompetente, porque ele me denunciou, alguma coisa está errada processamento
falando”.
Continuando Cicero Borges Bordalo Júnior,
questiona onde foi parar o artigo 28 letra ‘a’ do novo Código de Processo Penal.
“Deveria
ter a denúncia, deveria de tido uma audiência de conciliação, mas o promotor se
deu incompetente, mas a incompetência dele veio depois que ele apresentou a
denúncia. Ora! É sério isso! Então essa denúncia está nula, uma pela suspeição
do promotor é vizinho das partes, mora no mesmo prédio. A outra é que o
promotor incompetente. Então a denúncia está nula”.
Cicero Jr finaliza afirmando que, por
enquanto, fará somente essas manifestação para que a sociedade em geral,
percebam como os fatos estão sendo divulgados e tratados.
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