Viva o Dia do Trabalho
Por João Baptista Herkenhoff
(*)
Transcorreu em primeiro de maio o
Dia do Trabalho.
Já estamos em julho mas uma data
como esta merece ser lembrada durante todo o ano.
É uma data comemorada no mundo
inteiro e também no Brasil.
O Dia do Trabalho merece ser
exaltado.
Mas a data não pede apenas
exaltação.
O transcurso do Primeiro de Maio
exige reflexão e exame de consciência, em nível pessoal e em nível social.
Em nível pessoal, será a partir do
meu lugar social que devo refletir.
Se sou um trabalhador, devo
considerar se tenho participado da luta dos trabalhadores por melhores salários
e condições de trabalho, ou se tenho estado ausente dessas lutas.
Se o exame de consciência me
conduzir a uma resposta negativa, devo me penitenciar e procurar me corrigir do
desinteresse, ou pouco interesse.
Se tenho uma empresa, mesmo que
seja uma pequena empresa, ou se integro uma corporação, devo estar em alerta
para não incorrer em censurável omissão, caso considere que salários de
trabalhador e respeito a direitos trabalhistas não constituem problema meu.
Fala-se muito em PIB.
Considera-se a dimensão do PIB como
a medida para dizer se o Brasil está bem ou está mal.
O mesmo índice nos leva a
concluir se nosso Estado ou Município merece aplauso ou censura.
Não negamos que o PIB é
importante, mas o PIB não é tudo.
Mais importante do que a
linguagem do PIB é saber como o LE do PIB é partilhado entre as pessoas.
Se há ricos cada vez mais
ricos e pobres cada vez mais pobre, devemos deplorar os rumos do Brasil.
Se os pobres tornam-se menos
pobres celebremos este resultado.
Muito mais relevante do que
considerar o PIB é verificar como está sendo feita a partilha do PIB, ou seja,
examinar os índices de salário pagos pelas empresas, o respeito aos direitos
trabalhistas e a busca para realizar a Justiça Social.
(*) João Baptista
Herkenhoff
Juiz de Direito
aposentado (ES) e escritor
Email – jbpherkenhoff@gmail.com
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