DISTÚRBIOS DO SONO E SÍNDROME METABÓLICA
No artigo anterior focamos os atropelos provocados pelo apagão e a crise energética do Amapá, que em 03.11.2020 sofreu um blecaute e levou milhares de amapaenses de 13 municípios a ficar sem energia, sofrendo as consequências do intenso calor e interferindo na qualidade do sono das pessoas. As repercussões mais evidentes ocorreram no aspecto emocional, influenciado pela reação ao estresse.
Ainda falando sobre a influencia do sono na saúde, vamos falar de um estudo que relaciona o tempo de sono o desenvolvimento da Síndrome Metabólica- SM, que “corresponde a um conjunto de doenças cuja base é a resistência insulínica. Pela dificuldade de ação da insulina, decorrem as manifestações que podem fazer parte da síndrome”.
A insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas que faz com que a glicose do alimento entre na célula, para poder gerar energia para o corpo. Quando esse processo é lento ou não ocorre, desenvolve-se a Diabetes.
Divulgado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) o estudo foi realizado durante mais de quatro anos com milhares de pessoas de ambos os sexos e com idade entre 30 e 65 anos. Os resultados foram preocupantes com a relação entre o tempo de sono e o aparecimento de doenças que caracterizam a SM. Durante os 4 anos as pessoas que “dormiam menos de 6 horas ou que dormiam mais de 8 registraram maior incidência da síndrome e aumento da glicemia em jejum”, ou seja, hiperglicemia e tendência a Diabetes.
Nas mulheres esse quadro “provocou o aumento da pressão arterial”, o que pode desenvolver Hipertensão Arterial. Verificou-se o aumento dos níveis de triglicerídeos naqueles que dormiam mais, particularmente em homens, assim como baixos níveis do bom colesterol (HDL), sendo 40 mg/ml em homens e 50 mg/dl em mulheres. Isso propicia o desenvolvimento de aterosclerose, que é o endurecimento e entupimento das artérias, o que agrava a hipertensão.
Todo isso se enquadra no que a SBEM caracteriza como SM, quando estão presentes três dos cinco critérios:
OBESIDADE CENTRAL. Quando a gordura se acumula no abdômen, levando a uma medição da circunferência da cintura superior a 88 cm na mulher e 102 cm no homem. Esse parâmetro é crucial e predisponente para o desenvolvimento de doenças cardiodegenerativas, como Infarto, Insuficiência Cardíaca, AVE e câncer.
HIPERTENSAÕ ARTERIAL-HA. É a pressão ou força exercida pelo sangue sobre a parede dos vasos e o leio vascular onde circula, podendo lesionar os vasos capilares e causar isquemia ou derrame de sangue (acidente vascular isquêmico ou hemorrágico).
HIPERGLICEMIA. Com níveis alterados de glicemia de 110 mg/dl ou mais ou o diagnóstico de Diabetes tipo II. A diabetes é outro fator de risco para doenças cardiovasculares, com todas as suas consequências na circulação, nos rins (nefrite), nos nervos (neurite) e nos olhos (retinopatia).
HIPERLIPIDEMIA. São níveis elevados dos lipídios totais e do colesterol (aumento de LDL ou mal colesterol; e HDL ou bom colesterol em níveis de 40 mg/dl no homem e 50 mg/dl na mulher) e elevação dos triglicerídeos em 150 mg/dl. O distúrbio faz acumular a gordura em excesso na parede dos vasos, obstruindo ou causando trombos, que podem provocar trombose e agravar a pressão nos vasos, contribuindo para piorar a HA.
Portanto, conforme o estudo, tanto quem dorme pouco (-6h), quanto quem dorme muito (+8h) tem a propensão de desenvolver esses fatores de risco cardiovascular que fazem parte da SM, que associado ao sedentarismo, o hábito de fumar e dieta rica em gordura, pode ter sérios riscos para a saúde e qualidade de vida, assim como uma baixa sobrevida. (Fonte: @pneumosono.com.br). JARBAS ATAÍDE. 04.12..2020.
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