sexta-feira, 12 de março de 2021

SAÚDE EM FOCO GESTÃO DA SAÚDE E EMPODERAMENTO DA MULHER

 SAÚDE EM FOCO

GESTÃO DA SAÚDE E  EMPODERAMENTO DA MULHER



Por Dr. Jarbas de Ataíde

          “A mulher virtuosa [traz alegria] ...e trará paz os anos de sua vida” (Eclo. 26,2). A isso se estende ao lar, ao casamento, ao trabalho, profissão e, finalmente, ao cargo 

             Nesse trecho do Livro de Eclesiástico, que fala da mulher virtuosa, comparo-á com as gestoras, construtoras e empreendedoras, cuja segunda casa é o seu trabalho, uma segunda família,  onde passam grande parte do dia, convivendo com pessoas que não são seus filhos, mas a quem devem corrigir, admoestar e orientar. 

        Sem desmerecer os homens, mas nos meus anos de serviço público, a chefia e comando de mulheres foi destaque. Na POLITEC fui dirigido por uma mulher, que tendo três profissões (Dentista /Enfermeira/Perita), valorizava o diálogo. No antigo Inst.de Previdência (IPEAP), fui chefiado por várias mulheres (Médica, Enfermeira, Secretariado), que tinham espirito de equipe. No CRTN (hoje CERPIS), me auxiliaram com organização e espirito público.   

        Com elas aprendi as cinco molas mestras do sucesso da gestão pública: o diálogo, senso de equipe, organização, espirito público e investimento.    

        A mulher virtuosa busca não agradar, mas empenha-se na busca da harmonia. Para isso deverá ter (carisma; dom) ou aprender (vocação; instrução) essas virtudes, na educação familiar (lar) ou no ensino formal (escola, universidade). 

        O empoderamento da mulher na sociedade é a sua capacidade de sair do usual, do banal, do corriqueiro, para envolver-se nos desafios que a sociedade exige e possa responder aos apelos da demanda. Felizmente, as mulheres são a principal força de trabalho da saúde, com 65% dos 6 milhões de profissionais públicos/privados), onde se destaca a Fonoaudiologia, Nutrição e Serviço Social (+ 90%). Outras, como Enfermagem e Psicologia, ficam acima de 80 % (CONASEMS, 06.03.2020)

       Falar de gestão (dirigir; ordenar; organizar) pública é como dirigir uma casa. Hoje, para ajustar, consertar ou comandar um órgão público precisamos encarar os erros do passado e ter coragem de enfrenta-los e corrigi-los, sem arrogância ou revanchismo.  

      Vivenciamos na gestão pública da saúde o desafio de melhorar, operacionalizar e humanizar. Já estamos há três décadas elaborando normas e regras que ditam responsabilidades e competências, previstas na CF/88 e na Lei Orgânica da Saúde. Todo gestor público deveria estar ciente disso, pois é ensinado nas graduações e formações superiores. 

      Um trabalho de André Bonifácio, da UFPB, resultou num levantamento que chegou à conclusão que as profissionais mulheres que assumiram a gestão são a maioria, sendo por região: Norte (47%), Sudeste (58%), Sul (60%), Centro-Oeste (61%), com exceção da região Nordeste (39%). 

     A outra constatação é que as mulheres que assumem a gestão da saúde, “são a maioria branca, com aproximadamente 50 anos e pós-graduada, provavelmente formada em Enfermagem e já atuou na atenção básica antes de assumir a gestão” (André Bonifácio). 

    Nesse questionário, que envolveu 3.899 gestores  de todos os estados ( 70% dos profissionais do país), não foi citado o papel e participação dos Médicos, pois é um profissional fundamental na equipe de saúde e bastante conhecedor da operacionalização dos serviços e do processo saúde-doença, onde se destaca os Epidemiologistas, uma especialização muito pouco procurada.   

      


 

        

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