O CÉREBRO: BUSCA DO PRAZER E SAÚDE
Por Jarbas de Ataíde
Sempre aprendemos na
escola, nos livros e na própria universidade que a saúde física depende da boa
comida, dos hábitos de higiene e das atividades físicas. Acrescido a isso, os
bens e conforto material. Essa é a concepção
corriqueira, repassada pelas tradições. Mas essa visão nos parece demais
simplista, materialista e comercial, pois exclui a subjetividade humana e as
motivações interiores.
Fomos induzidos a pensar que
nossa imunidade, prazer e satisfação dependem exclusivamente de fatores
externos, demonstrados por um corpo esbelto ou sarado, beleza física, aparência
e estética externa, mantida a base de muito exercício, cosméticos e roupas
atrativas. Mas temos muito exemplos de
pessoas doentes, que sustentam essa aparência com uso de remédios, psicotrópicos
e anabolizantes.
O comando de todo esse
processo biológico e mental, aparente ou inconsciente, interno e externo,
objetivo e subjetivo, é feito pelo cérebro, que busca e luta permanentemente
pela preservação da vida e a homeostase orgânica (saúde). O cérebro, em sua
intrincada rede de neurônios, sinapses e neurotransmissores, busca sempre nossa
autossuficiência, prazer e satisfação. Todo esse conceito é desvendado pela
Psicologia, Psicanálise, Neurociência e Epigenética.
Hoje,
sabemos que a saúde, felicidade, longevidade, iniciativa crativa e prosperidade
são comandados pelo cérebro, em resposta a sensações internas, emoções
positivas e pensamentos edificantes. Essa reação neurológica e cerebral é mais
sensível e responde aos fatores intrínsecos, subjetivos, inconscientes, mentais
e emocionais.
Todas
essas sensações vão estimular uma parte especifica do cérebro, chamada de nucleus
accumbeus, que está ligada a dopamina, neurotransmissor
que faz o trabalho de mediador[A1] [A2] entre o
córtex pré-frontal e os centros
emocionais no nucleus accumbeus . A dopamina está relacionada à sensação de
felicidade e prazer quando concretizamos um objetivo.
Podemos
dizer que o cérebro é movido pela sensação de prazer. Por isso, a função
cerebral é perturbada e desequilibrada pela reação ao estresse, desencadeada
por emoções negativas, diminuindo a produção de serotonina, responsável pelo
humor positivo.
Mas o
que podemos fazer para ativar o centro do prazer? Sabemos que a resposta
depende da produção dos neurotransmissores como dopamina, ocitocina,
endorfinas, óxido nítrico e serotonina, que vão se contrapor diante da reação
ao estresse. Quando esse estresse é constante e permanente provoca “produção
de citocinas pró-inflamatórias, provocando inflamação, fato ligado a alguns
cânceres, Alzheimer, artrite, osteoporose e doenças cardiovasculares”.
Emoções negativas tem relação também com atraso na cicatrização de feridas e
cura de infecções.
As
emoções e estados depressivos e ansiosos levam ao chamado humor depressivo, com
aumento de produção de cortisol pelas glândulas adrenais. Esse excesso de
cortisol, além das inflamações citadas, faz com que a adrenalina (que nos mantém
alertas e energizados) fique esgotada, nos tornando apáticos e distraídos.
Quando estados
de ânimos negativos como pessimismo, impotência, ansiedade e depressão
permanecem por muito tempo, o estresse permanece ativo, gerando distúrbios em
órgãos do aparelho gastrointestinal (gastrites, úlceras), cardiovascular
(anginas, arritmias), glandular (hiperglicemia) e outros. Outro sistema bastante afetado é o
imunológico, enfraquecendo a reação de defesa diante de agressões e infecções.
Outro
hormônio que induz sensação de prazer é a ocitocina, chamada “hormônio do
amor”, liberado pela hipófise quando nos apaixonamos e nos reunimos em família.
Ela reduz a inflamação e regula a produção de cortisol. Portanto, o amor, o
prazer sexual e o orgasmo liberam ocitocina. Um casal feliz demonstra menos medo, raiva e insegurança, comuns nas reações ao estresse. Ela também ativa os
efeitos da serotonina e das endorfinas, reduzindo as dores e levando à euforia.
Assim, a
longevidade, a sensação de felicidade, prazer, satisfação e alegria afeta mais
a saúde física, pois domina e muda a química e as conexões cerebrais, de maneira
mais permanente do que fatores externos, temporários e esporádicos. (Fonte:
Dra. Lissa Rankin, 2016). JARBAS
ATAÍDE, 21.06.2021.

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