sexta-feira, 25 de junho de 2021

SAÚDE EM FOCO - O CÉREBRO: BUSCA DO PRAZER E SAÚDE

 O CÉREBRO: BUSCA DO PRAZER E SAÚDE



Por Jarbas de Ataíde 

       Sempre aprendemos na escola, nos livros e na própria universidade que a saúde física depende da boa comida, dos hábitos de higiene e das atividades físicas. Acrescido a isso, os bens e conforto material.  Essa é a concepção corriqueira, repassada pelas tradições. Mas essa visão nos parece demais simplista, materialista e comercial, pois exclui a subjetividade humana e as motivações interiores.

        Fomos induzidos a pensar que nossa imunidade, prazer e satisfação dependem exclusivamente de fatores externos, demonstrados por um corpo esbelto ou sarado, beleza física, aparência e estética externa, mantida a base de muito exercício, cosméticos e roupas atrativas.  Mas temos muito exemplos de pessoas doentes, que sustentam essa aparência com uso de remédios, psicotrópicos e anabolizantes.

       O comando de todo esse processo biológico e mental, aparente ou inconsciente, interno e externo, objetivo e subjetivo, é feito pelo cérebro, que busca e luta permanentemente pela preservação da vida e a homeostase orgânica (saúde). O cérebro, em sua intrincada rede de neurônios, sinapses e neurotransmissores, busca sempre nossa autossuficiência, prazer e satisfação. Todo esse conceito é desvendado pela Psicologia, Psicanálise, Neurociência e Epigenética.  

      Hoje, sabemos que a saúde, felicidade, longevidade, iniciativa crativa e prosperidade são comandados pelo cérebro, em resposta a sensações internas, emoções positivas e pensamentos edificantes. Essa reação neurológica e cerebral é mais sensível e responde aos fatores intrínsecos, subjetivos, inconscientes, mentais e emocionais.

     Todas essas sensações vão estimular uma parte especifica do cérebro, chamada de nucleus accumbeus,  que está ligada a dopamina, neurotransmissor que faz o trabalho de mediador[A1] [A2]   entre o córtex pré-frontal  e os centros emocionais no nucleus accumbeus .  A dopamina está relacionada à sensação de felicidade e prazer quando concretizamos um objetivo.

     Podemos dizer que o cérebro é movido pela sensação de prazer. Por isso, a função cerebral é perturbada e desequilibrada pela reação ao estresse, desencadeada por emoções negativas, diminuindo a produção de serotonina, responsável pelo humor positivo.

     Mas o que podemos fazer para ativar o centro do prazer? Sabemos que a resposta depende da produção dos neurotransmissores como dopamina, ocitocina, endorfinas, óxido nítrico e serotonina, que vão se contrapor diante da reação ao estresse. Quando esse estresse é constante e permanente provoca “produção de citocinas pró-inflamatórias, provocando inflamação, fato ligado a alguns cânceres, Alzheimer, artrite, osteoporose e doenças cardiovasculares”. Emoções negativas tem relação também com atraso na cicatrização de feridas e cura de infecções.

       As emoções e estados depressivos e ansiosos levam ao chamado humor depressivo, com aumento de produção de cortisol pelas glândulas adrenais. Esse excesso de cortisol, além das inflamações citadas, faz com que a adrenalina (que nos mantém alertas e energizados) fique esgotada, nos tornando apáticos e distraídos.

     Quando estados de ânimos negativos como pessimismo, impotência, ansiedade e depressão permanecem por muito tempo, o estresse permanece ativo, gerando distúrbios em órgãos do aparelho gastrointestinal (gastrites, úlceras), cardiovascular (anginas, arritmias), glandular (hiperglicemia) e outros.  Outro sistema bastante afetado é o imunológico, enfraquecendo a reação de defesa diante de agressões e infecções.

    Outro hormônio que induz sensação de prazer é a ocitocina, chamada “hormônio do amor”, liberado pela hipófise quando nos apaixonamos e nos reunimos em família. Ela reduz a inflamação e regula a produção de cortisol. Portanto, o amor, o prazer sexual e o orgasmo liberam ocitocina. Um casal feliz demonstra menos  medo, raiva e insegurança, comuns  nas reações ao estresse. Ela também ativa os efeitos da serotonina e das endorfinas, reduzindo as dores e levando à euforia.  

    Assim, a longevidade, a sensação de felicidade, prazer, satisfação e alegria afeta mais a saúde física, pois domina e muda a química e as conexões cerebrais, de maneira mais permanente do que fatores externos, temporários e esporádicos. (Fonte: Dra. Lissa Rankin, 2016).  JARBAS ATAÍDE, 21.06.2021.

 

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