SAÚDE E FELICIDADE: CIRCUNSTÂNCIAS x ATITUDES
Por Jarbas de Ataíde
O aumento da expectativa de vida é uma realidade. E isso foi atribuído aos avanços da Ciência e da Medicina, que prolongou os anos, que antes não chegava a 5 décadas. Mas poucos estudos buscaram saber se quem chega à terceira idade se sente saudável ou feliz, ou ainda, o que fazer para chegar a esse sentimento de bem-estar.
A sensação de
sanidade é resultante de uma soma de fatores determinantes que vão se
solidificando e condicionando, tornando-se o sustentáculo de uma vivencia mais
longa, saudável e feliz. Quem não gostaria de chegar aos 70/80 anos sem doenças
crônico-degenerativas! Quem não almeja uma atitude mental sem angustias,
ansiedades e depressão!
Mas a pergunta é,
como atingir essa condição e ser capaz de dizer “eu sou feliz”? Sabemos que
saúde não é falta de doenças. Mas, também, não há corpo são junto com uma mete
insana! Devemos buscar o meio termo, o equilíbrio desses fatores, para podermos
ter respostas aos desafios da vida. E é isso que vamos comentar neste trabalho,
enfocando os estudos de Sonja Lyubomirsky(2005) em The How of
Happiness (O motivo da felicidade) e de Martin Seligam ( Authentic
Happiness = Felicidade Autentica, 2003).
A Neurociência avançou na descrição orgânica dos
distúrbios mentais infelizes, mas o estado de felicidade ainda é pouco
conhecido. Segundo Sonja, nosso bem-estar depende mais dos nossos
pensamentos e atitudes, do que das circunstancias existenciais. As circunstancias
contribuem apenas com 10% da nossa felicidade e levam a um bem-estar passageiro.
O que
vale mais é a maneira como encaramos os fatos, nossas atitudes e escolhas
diante dos problemas. Isso porque a mente e a consciência são adaptativos e o
cérebro vai se acostumando e se moldando conforme os nossos pensamentos,
crenças e verdades, gerando benéficos emocionais, que nos fazem sentir prazer.
Essas reações orgânicas ocorrem em maior intensidade nos nucleus accumbens
do córtex pré-frontal esquerdo, mediado pelo neurotransmissor dopamina.
Mais da metade (60%) das nossas sensações de
felicidade dependem de fatores orgânicos e genéticos, que incluem fatores
endógenos, imunológicos, condicionamentos físicos e estruturais. Os restantes
40% não dependem desses fatores e, portanto, estão ao nosso alcance para serem
mudados e moldados a nosso favor.
Fatores
circunstanciais (objeto de desejo, dinheiro, status, beleza estética, posses
matérias) causam felicidade momentânea, mas cessado esse ânimo, voltamos ao
ponto inicial, havendo declínio do estado de prazer, humor e empatia. M.
Seligman fez testes com pessoas altamente depressivas e pediu para que
escrevessem, por 15 dias, 3 fatos importantes que aconteceram com elas no seu
dia. Ao final desse período, a depessão
diminuiu de “severa” para “moderada ou leve” e 90% dos investigados disseram se
sentir melhor, somente em pensar e registrar os bons momentos.
Também, S. Lyubomirshy, concluiu que
“pessoas mais felizes não são as mais ricas, mais bonitas ou com maior êxito”,
que são aspectos passageiros e circunstanciais da vida. A felicidade depende
mais em adotar certos comportamentos que já se provaram, cientificamente,
capazes de aumentar a felicidade. Essas pessoas, em qualquer idade, devotam
maior tempo a certos relacionamentos e comportamentos:
a) Valorizam familiares e amigos; b)
expressam gratidão pelo que têm; c) estendem a mão aos outros (são solidários);
d) praticam o otimismo ao pensar no futuro; e) procuram viver o momento; f)
fazem exercício físico regularmente; g) buscam atingir planos e objetivos; h)
demonstram confiança e força diante dos desafios da vida; i) constroem sua
verdade, sem comparações sociais.
Quando agimos assim, diante dos problemas
que surgem, procuramos dar um “significado diante do estresse, perda ou trauma,
praticando o perdão, fazendo o que nos faz bem, sorrindo mais e nos esforçando
para cuidar dos nossos corpos”. (Fonte: PoderosaMENTE. Lissa Rankin,
2016). JARBASA ATAÍDE, 09.08.2021
Imagem: internet
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